segunda-feira, 18 de maio de 2009

creio que não seja uma característica única e exclusiva niteroiense, o caos formado por uma chuva. o trânsito pára, as ruas inundam, as pessoas se desesperam... mas não é isso que quero destacar. acho que nunca corri numa situação chuvosa (desconsiderar dilúvio). primeiro porque eu corro estranhamente; em segundo penso de verdade ‘não sou de açúcar’; terceiro penso nas duas coisas que vi no Fantástico sobre mitos: 1. quem corre, se molha mais; 2. o fato de se preocupar (ou melhor, ficar PUTO) por estar se molhando, por N fatores, diminui sua imunidade e as chances de pegar uma resfriado aumenta. observei três tipos de pessoas nessa situação: a primeira são as pessoas que correm, a segunda são as pessoas conformadas iguais a mim, e a terceira são as que se protegem em marquises e esperam a chuva passar. as primeiras dispensam comentários. nem suas pastinhas de documentos 10x15 estão a salva. sempre são inutilmente utilizadas. quanto à classe que protejo, o que tenho a dizer é que sempre gostei de banhar-me pelas gotículas chuvosas. dentre outros fatores, é o que mais gosto de dar destaque (pra não citar o 'foda-se, agora já estou molhada mesmo'). agora, a terceira categoria tem toda a minha atenção. acho que o principal passatempo é observar. observam o quanto são idiotas os que correm, os que se molham e quantas idiotices acontecem nesse meio tempo. ficam ansiosamente à espera de um escorregão, uma queda, uma desgraça alheia – pra ser mais específica – e assim fazer com o tempo não tenha sido tão perdido, e que pelo menos, tenha o mínimo de graça para quando forem desabafar sobre seu dia para um pobre ouvinte. como também penso na vida enquanto me molho, pude reparar nisso tudo. vou dizer que as situações cotidianas pra mim, são sensacionais. nesse caso... é o guarda-chuva torto, as calças dobradas, as caras zangadas, os vidros dos ônibus ‘sem ar’ fechados e embaçados (todo mundo respirando o mesmo ar, que beleza!), as roupas grudadas, as pessoas amontoadas, e o mais impressionante pra mim nessa selva de pedra, o cheiro de terra molhada. porque diferente da música dos meus saudosos e amados Sandy & Junior, aqui não tem ‘uma casinha no meio do nada com sabor de chocolate’, mas ainda sim sinto o cheiro de terra molhada. então experimente também estar na chuva, se molhar e observar. é surpreendente.

Um comentário:

  1. esse post me remeteu um samba que ouvi outrora: não sou de pegar sereno, eu me molho é na chuva.

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